sexta-feira, 15 de abril de 2011

Perseverar como Marcelo!

Perseverar: conservar-se firme e constante; permanecer sem variar ou mudar de intento.
Há algum tempo ouvi um "causo" verídico sobre um garoto chamado Marcelo, natural de Fortaleza que sonhava ser músico. Porém trabalhava em uma padaria perto da sua casa e ganhava vergonhosos R$ 10,00 por mês.
Certa tarde ouviu dizer que uma Companhia de Flautista estava prestes a se formar em sua comunidade. Correu para se inscrever, mas precisaria desembolsar dez reais para comprar a flauta. O salário de um mês inteiro.
Marcelo passou 365 dias juntando moedas de dez centavos e no ano seguinte estava matriculado na escola de flautistas.
Meses depois a empolgação tomava conta de seus dias e ocupava seu tempo livre com estudos e treinos. Toda a satisfação trazida pela flauta virou cinza depois que seu pai armou uma fogueira e arremessou sua flauta às chamas.
Mais um ano recolhendo moedas perdidas ou ignoradas nas ruas de Fortaleza!
Hoje, Marcelo é flautista profissional e oferece aulas gratuitas para jovens carentes.
Esse rapaz é lição viva de perseverança.
Tomemos sua história como um grito de alerta diante de todas as facilidades e felicitações que somos agraciados e para que deixemos de ser ingratos e descrentes.
Afinal, uma grande conquista ou derrota avassaladora, dura tempo suficiente para que se torne lembrança longínqua com o passar do tempo. De qualquer maneira, tanto o êxito quanto o fracasso serão apenas recordações que não suscitam mais imenso contentamento ou desagradável sensação de melancolia. São e serão lembranças de fatos vivenciados.
O que nos restará dos momentos vividos, se soubermos e quisermos entender e compreender a vida como uma sucessão milagrosa e admirável de acasos, será a constância, a persistência, a pertinácia ou, simplesmente, a perseverança.
Faça sua escolha!


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Educar para a sensibilidade

Recebi do colégio que trabalho a tarefa de postar um comentário, no blog dos professores, sobre a letra da música de Gonzaguinha "O que é, o que é?" http://www.kboing.com.br/gonzaguinha/. Resolvi dividir o nascimento de mais um texto.

Gonzaguinha. Sábio Gonzaguinha que conseguiu sintetizar em letra, música e melodia o universo descomplicado, encantador, compensador e instigante das crianças.
Não seria mais simples, belo e prazeroso viver e encarar o cotidiano como as crianças fazem? Não seríamos mais agradecidos à nossa existência e por consequência, mais serenos, justos e humanos?
Porém, não somos e não fomos educados para nos fascinarmos com a singeleza da vida. Tentemos nos recordar do nosso tempo de educandos!
Você consegue se lembrar do brilho nos olhos de seus professores  (qualquer um) quando era perceptível seu entendimento diante de um novo conteúdo? Recorda-se de ter sido educado para a sensibilidade? È capaz de trazer de volta à memória apenas um assunto ou conceito “aprendido” durante sua educação formal que ainda utilize ou que necessite de fato em sua rotina?
Pois então, nossas escolas ensinam complicadas fórmulas, classificações, datas inúteis a serem decoradas, etc. Priorizam habilidades incabíveis no mundo que estamos inseridos e pior, inúteis para aquilo que necessitamos diante das expectativas do mundo que vivemos.
Durante a graduação em Pedagogia, li diversos autores consagrados e bem conceituados na área, mas, apesar de me esforçar muito, não consigo recordar de nenhum que tenha citado a importância da educação para o contemplar uma criança.  Meu olhar não foi educado para admirar-se com a alegria. Tão pouco acumulei erudição, apesar de ser apresentadas à diversos pensadores como seres sábios. Esqueceram-se de me contar que conhecimento difere demasiadamente de sabedoria.
Nossos estabelecimentos de ensino estão ignorando a satisfação, o espanto, o deslumbramento e a simplicidade das crianças. Não estamos conseguindo educar para a sensibilidade.
Ignoramos a belíssima capacidade que só as crianças possuem de se espantarem com um passarinho fisgando uma minhoca, uma formiga carregando uma folha três vezes maior que ela ou as nuvens formando lindos desenhos no céu.
Desde que comecei a lecionar, percebi que, apesar de desconhecerem as habilidades do mundo adulto ou de serem desprovidos dos conhecimentos acumulados pela humanidade, as crianças são os únicos seres que compreendem o real sentido da vida.
Fiquemos então com a pureza da resposta das crianças!