Hoje pela manhã ouvia atentamente o brilhante comentarista Alexandre Garcia dizer que no Brasil sabemos tudo, só não sabemos como evitar. Seu comentário baseava-se na tragédia que assolou a cidade maravilhosa e já matou 610 pessoas em 7 municípios.
O “tudo” a que Garcia se referia é a tragédia anunciada e possivelmente prevista que vemos assolar cidades do nosso país e destruir famílias há décadas com uma única diferença: a cada ano a destruição, a dor, o sofrimento e a aflição acometem pessoas em diferentes Estados , cidades ou municípios do Brasil.
Em janeiro de 2010 vimos parte da pousada Sankay, em Angra dos Reis e sete casas vizinhas serem soterradas, além de 20 casas no Morro da Carioca. Em abril do mesmo ano as chuvas provocaram deslizamento de terra no Morro do Bumba em Niterói. Agora em 2011 assistimos atônitos as notícias que nos chegam sobre Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.
Podemos questionar o motivo pelo qual catástrofes tão semelhantes acontecem com o intervalo de apenas um ano?
Não é tão difícil chegar a uma conclusão possível. Vejamos, em 2010 após a calamidade de Angra, as autoridades solicitaram um estudo com propostas documentadas ao Instituto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/RJ). As propostas eram claras e objetivas. Além de termos técnicos baseados na ciência geológica, o Coppe/RJ dizia que todas as famílias moradoras em áreas de risco deveriam ser retiradas destes locais e as autoridades deveriam assumir a responsabilidade de impedir que novas construções fossem edificadas nos locais que apresentassem risco potencial de possível desmoronamento. Porém, 2010 foi ano eleitoral. Quem seria audaz o bastante para retirar possíveis eleitores de suas moradias?
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