domingo, 13 de fevereiro de 2011

Crise

Crise: estado de manifestação aguda ou agravamento de doença física, mental ou emocional; manifestação repentina de um sentimento. (Houaiss – língua portuguesa).

Sinto que vivo um momento de crise pessoal!
Questionamentos, dúvidas, anseios, desejos e sonhos adormecidos, inquietam-me nas últimas semanas com insistência irritante e responsável pela alteração no meu humor e paciência. Porém, esse incômodo é acalentado pela certeza de que toda crise nos faz renascer.
Já adquiri novo ímpeto algumas vezes durante esses 33 anos, isso porque, em determinados momentos desta minha curta existência, alguns aspectos da minha vida deixaram de estar em perfeito equilíbrio. Algo foi capaz de tirar minha tranquilidade e inquietar minha alma, da mesma maneira que acontece agora.
Porém, foi nestas ocasiões que busquei freneticamente a antiga “perfeição”. Superei a crise e renasci.
A fase crítica que vivo agora acontece por conta da ânsia incontrolável de retomar minha formação acadêmica e me envolver intensamente com a profissão que escolhi.
Aqueles que me conhecem intimamente ou que acompanham este blog, perguntarão o que está acontecendo se a meses atrás, dividia com todos a satisfação e a realização imensa de ser “apenas” mãe? Não sei!
Talvez seja a natural necessidade humana de sempre buscar algo novo quando certas conquistas já satisfizeram bastante o ser.
Engravidei, gerei, amamentei e vi meu filho aprender a andar, falar, deixar as fraldas, superar os primeiros dias de aula, viajar sozinho e agora passo a me acostumar com o fato de que ele é uma pessoinha com opiniões e desejos próprios e que não sou mais o centro de suas atenções. Já minha pequena princesa, acabou de deixar as fraldas. Mas, já sei o que virá e, quando ela, também, estiver prestes a completar doze anos, não desejará mais meus beijos e abraços em público e minha companhia agradará infinitamente menos do que a de suas amigas.
Resumindo: precisará de minha presença constante tanto quanto meu filho precisa hoje. Quase nada!
Considero que esse seja o motivo que me leva a desejar ardentemente o retorno ao trabalho fora do ambiente doméstico.
Porém, meu querer não é compreendido por quem deveria estar ao meu lado de maneira incondicional, percebendo e aceitando que o importante não é o fato das semelhanças, anseios e sonhos combinarem, mas as diferenças serem superadas em nome da satisfação e do brilho nos olhos do outro.
O belo de uma união é um perceber e entender que as necessidades, emoções, motivos, buscas e satisfações do outro são diferentes, mas não menos importantes.
Parece-me, neste momento da minha caminhada, que o estopim desta crise resume-se ao julgar, sem notar, perceber ou sentir.
Mais uma vez aprendo: Quanto menos julgarmos e buscarmos compreender, melhor!


4 comentários:

  1. Reintero aqui, as mesmas palavras que escrevi neste post no blog da Drí!

    Estou seguindo seus textos, viu?
    Paz!

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  2. Wendel, muito obrigada.
    Sinto-me imensamente lisonjeada por saber que você acompanha meus textos.
    Paz para você também!

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  3. Adorei o seu blog, irmã da Ju.
    Gosto muito dessas passagens do dia-a-dia.

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  4. O ser humano, neste caso, as mães, buscam sempre evoluir e sentirem-se úteis, necessárias, mas quando os filhos crescem, nos parece que isso deixa um pouco de acontecer. Não se iluda! Eles sempre precisarão, de maneira diferente, mas sempre voltarão para você.
    Quanto a sua crise, acho que posso entender. Você está entrando numa nova fase e isso sempre é muito assustador (será que vou conseguir, será que vou corresponder às expectativas)
    Filha, não tenha medo! Você é muito especial, responsável. Tenho certeza que, nessa nova empreitada, sairão ganhando, seus alunos e quem estiver ao seu lado.
    Beijos. Que DEUS te abençoe sempre.

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